terça-feira, 8 de abril de 2008

PEL DE PREIXEGO

Pel de prêixego (pexego)

Saboreio com os meus olhos
os teus beiços atrevidos
e arrecende-me um pruído
nascido de morodos maduros,
de olhadas solheiras
que emholham a sede de te beber,
de che lamber passeninho
as larpeiradas da tua pel.

Ao abeiro de sedas transluzidas
peneira o lusco e fusco
de duas candeias à espreita,
esbaram os meus dedos
polo lenço branco e carnoso
no que se serigrafia o remol
que abrolha incandescente
do magma incendiário
do teu tépedo corpo despido.

Custa-me caro
conter o alento dos precavidos,
as pernas vam-se adiantando
a qualquer protocolo estabelecido
e tecem-se como corriolas
ao redor das tuas,
como raízes dumha árvore
que inça em terras sementadas
de mogenas deborcadas a cada laio.

Doce sorriso me convida
e pícara olhada me encerreta,
para burlar à coitada vergonha
que custodia o pudor ermo,
deito-a no colo do teu deveço,
nom sem antes mudá-la
por umha camisinha nova,
pedir-te como parelha de baile,
em dança de paixões húmidas
de duas arelas juncidas
ao som de bicos e agarimos.

O meu desejo cumpre condena
de costas às minhas mãos,
mas insurgente à sentença
reconhece como pel de prêixego
o contrabando de aromas
destilados da alquimia da rosa,
outrora hermética e cadeada
ora nua toda ela de espinhas,
aroma que arrepia ao inspirar,
língua que avizinha o tremor.

daFrieira

2 comentários:

Eva disse...

parabens polo poema ;) aínda ca mitade de palabras non son da miña zona (claro claro q eu teño un léxico pobre!! jejejee)

este poema no meu blog pendurariao no apartado postres de mel sección caramelizados ;) q non existe pero q igual creo.

bicos gordos nenos

Xabier Paradelo disse...

Que doce, que húmido, que... Se cadra poderiamos encetar unha de "humidades"... Parabéns.